A cidade de Cruzeiro do Sul assistiu nos últimos anos a um preocupante aumento no número de pessoas em situação de rua. A prefeitura não está alheia ao problema e vem buscando construir políticas públicas para lidar com esta situação.
Entre as iniciativas está a criação de um albergue ou casa de acolhimento que vem sendo denominada República dos Moradores de Rua. O projeto conta com um convênio firmado com o governo do estado no valor de R$150 mil. A expectativa é que o espaço possa ser inaugurado ainda este ano.
Mas para que estas e outras ações possam surtir o resultado desejado, são necessárias parcerias tanto com outras esferas do poder público, quando da sociedade civil.
Atualmente uma equipe técnica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social trabalha em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social na elaboração das diretrizes que irão definir o funcionamento da casa e o programa de acolhimento e ressocialização dos moradores em situação de rua.
“Estamos buscando parceria com igrejas, comunidades terapêuticas e outros segmentos da sociedade para que possamos fortalecer esse trabalho vinculado com as famílias. Ainda teremos uma conversa com as autoridades eclesiásticas para que cada igreja adote um morador de rua para que posam acompanhar essas pessoas do ponto de vista espiritual, enquanto cuidamos da parte da assistência social e psicológica com o objetivo de trazer de volta essas pessoas para o convívio social”, explicou o prefeito em exercício Henrique Afonso.
O prefeito em exercício cumpriu agenda na manhã desta terça, 08, durante a apresentação do lançamento em Cruzeiro do Sul do Plano Estadual para População de Rua.
Trata-se de uma política pública de atenção para que as pessoas consigam deixar as ruas e possam viver de forma independente.
“O Governo do Estado juntamente com o governo federal vem buscando parcerias com todos os segmentos que prestam esse serviço para juntos podermos dialogar com essa pauta. É um tema que requer nossa atenção e este é um desafio que não se consegue fazer só, por isso é importante esta ação com parcerias para traçar estratégias de políticas inclusivas para essa população”, disse a secretária estadual de desenvolvimento social, Ana Paula Lima.
Uma das ações trata justamente de diagnosticar as motivações que levam algumas pessoas a permanecerem em situação de rua. No diagnóstico realizado pela secretaria de assistência social do município foram levantadas 63 pessoas vivendo em situação de rua em Cruzeiro do Sul, a maioria delas, motivado por drogadição em crack.
Desde 2012 o governo federal criou um programa para enfrentamento ao vício em crack sendo que o Acre foi o quarto estado a aderir ao programa. Daí a importância de estabelecer parcerias com comunidades terapêuticas que lidam com o problema da dependência química.
“A maioria dos moradores de rua são dependentes químicos. Nós buscamos acolher a todos que desejam fazer uma mudança de vida, pois é importante acolher a essas pessoas a que muitas vezes as próprias famílias já desistiram e trabalhamos para que possam novamente voltar à sociedade”, disse Maria Aparecida da Silva, responsável pela Fazenda Esperança, comunidade terapêutica mantida pela Igreja Católica.
“Nas grandes metrópoles brasileiras já se perdeu o controle dessa situação e não podemos permitir que isso ocorra em Cruzeiro do Sul. Este é um trabalho que não é nada fácil, mas que vale a pena de ser feito”, disse o prefeito em exercício Henrique Afonso.